Segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil ocupa a quinta posição mundial em assassinatos de mulheres. No país, uma mulher é vítima de feminicídio a cada seis horas, enquanto, a cada seis minutos, uma menina ou mulher sofre violência sexual. Os dados ainda mostram que, a cada 24 horas, 75 casos de importunação sexual são registrados. A 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher revela que 3 em cada 10 brasileiras já passaram por algum tipo de violência doméstica.
Durante o lançamento da campanha, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou a necessidade de uma mobilização ampla. “Precisamos fazer com que não apenas as instituições, o governo e os militantes se envolvam, mas que cada cidadão deste país possa se posicionar contra a violência contra as mulheres e o feminicídio. Precisamos de uma população que intervenha em situações de violência doméstica e faça algo a respeito”, afirmou.
A ministra também ressaltou que, embora muitas vezes silenciosas no início, as violências contra as mulheres podem ser prevenidas por meio de acolhimento, informação e denúncia. “O feminicídio pode ser evitado se conseguirmos dar suporte a essas mulheres antes que a situação se torne crítica, oferecendo canais de apoio, orientação e proteção”, acrescentou.
A campanha Feminicídio Zero faz parte das celebrações dos 18 anos da Lei Maria da Penha, uma legislação pioneira que transformou a abordagem do Brasil sobre a violência doméstica. Além de criminalizar a violência contra a mulher, a lei estabelece mecanismos para sua prevenção, combate e punição, delineando claramente as responsabilidades dos órgãos públicos na proteção das vítimas.
Em agosto, será realizado em Brasília um evento para a assinatura de um Manifesto pelo Feminicídio Zero. Durante o evento, os parceiros da campanha irão formalizar seu compromisso em atuar dentro de suas capacidades, utilizando recursos, estrutura e alcance, para contribuir de forma eficaz na erradicação do feminicídio e na proteção das mulheres brasileiras.
Com informações do Ministério das Mulheres.